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A Coroa de João VI , também conhecida como Coroa Real Portuguesa (em Português) é a única existente das Jóias da Coroa Portuguesa. A coroa real portuguesa foi o símbolo do poder dos réis portugueses até o fim da monarquia portuguesa, com a implantação da República, em 1910.
Coroa de Portugal ou Coroa de D. João VI

 História


Até D. Sebastião, a coroa foi um simples aro de ouro, com florões; era a simples coroa de "duque" oriunda da primeira dinastia (Borgonha). A partir de D. Sebastião a coroa fecha-se com dois aros, transformando-se progressivamente numa coroa imperial que reflete as ambições do rei "Desejado".

Apesar de se conhecer, por descrições e iconografia, algo sobre as coroas anteriores a D. João VI, nenhuma delas chegou aos nossos dias. A interrupção da soberania nacional que representou a dinastia filipina, dando características próprias a um absolutismo português que sofreu oitenta anos de interregno, também dificultou a conservação dos símbolos reais especificamente portugueses.

A coroa que nos chegou até hoje foi mandada fazer no Brasil aquando da subida ao trono do Rei D. João VI. O guarda-jóias da Coroa - Visconde de Vila Nova da Rainha - pagou ao ourives António Gomes da Silva as peças necessárias encomendadas para a cerimónia de aclamação. 
Coroa de D. João VI - Aclamação
Esteve presente nas cerimónias de juramento dos reis posteriores, surgindo em alguma iconografia de D. Maria II, D. Pedro V e D. Luís I. 

Aclamação 


A coroa tem uma característica ímpar em relação a outras Coroas europeias. De 1640-1910 não houve nenhuma coroação dos Monarcas Portugueses. Ela foi substituída por uma cerimónia chamada Aclamação, onde o Soberano recebia, junto com a Coroa, as Regalias do Reino. Entretanto a Coroa ficava pousada ao seu lado (não na cabeça).

Esta tradição foi iniciada com a Restauração da Independência Portuguesa, em 1 de Dezembro de 1640, onde o rei D. João IV de Portugal depositou a sua Coroa aos pés da imagem de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, e assim chamou-a de «a verdadeira Rainha de Portugal». 

O rei D. João IV justificou assim a sua decisão: «me fez Deus mercê por sua intercessão, que tomasse posse da Coroa e Ceptro para governar estes meus reinos livres do pesado cativeiro de Castela»

Descrição


A Coroa Portuguesa que era usada pelos Monarcas é composta por oito arcos fechados  decorados por perlado maciço e ladeados de frisos de folhas de louro, as quais seguram uma esfera encimada por uma cruz latina com radiantes, um globus cruciger, com uma cruz no topo, de como Portugal era uma nação católica . 

A base da coroa é elaboradamente decorada com desenhos e padrões barrocos.apresenta um friso de losangos intercalado com flores, uma barra de folhas de louro sobreposta por entrelaços e um friso de volutas e flores-de-lís. 

O remate de onde partem os arcos, é recortado em composição de motivos florais e volutas com elaborado trabalho de cinzel. O interior é preenchido por forro de veludo vermelho.

Sendo uma coroa real representada heraldicamente com pérolas nos aros e pedras preciosas na base, a única coroa real que hoje possuímos é constituída exclusivamente por ouro. 

Foi feita no Rio de Janeiro, Brasil, em 1817, para a Aclamação de D. João VI de Portugal tendo sido criada na oficina de Dom António Gomes da Silva, o Joalheiro Real.

Emitido no Rio de Janeiro, a 3 de Junho de 1817, o recibo relativo às peças encomendadas para a aclamação dá-nos a informação do peso de ouro usado na execução da coroa, do ceptro e duma floreta - 13 marcos, 12 onças e 9 oitavas - e do custo do seu feitio - 2: 720$000 réis. 

A coroa foi feita como parte do conjunto de jóias da coroa, que incluía o Cetro do Armilar e o Manto de João VI, que foi feito especificamente para a aclamação de João VI. Tornou-se então a coroa oficial dos monarcas de Portugal e foi usada por todos os monarcas portugueses depois de João VI.

Embora servisse como símbolo oficial da monarquia, a coroa nunca foi realmente usada por nenhum monarca português. Em 1646, o rei João IV de Portugal havia consagrado a coroa de Portugal à Virgem Maria e depois disso, nenhum soberano português jamais usava a usava embora estivesse presente nas cerimónias.

A coroa viu seu último uso oficial durante o reinado de Manuel II de Portugal, quando foi usada para a sua aclamação e na abertura oficial das Cortes.

A Coroa de João VI, juntamente com todas as outras Jóias da Coroa Portuguesa, são mantidas no Palácio Nacional da Ajuda , em Lisboa , apesar de não estarem expostas ao público.
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